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Sandra Lia
por José Antônio Romeiro


Neste ano fomos privados da companhia da Sandra Lia que considero ter sido um exemplo de funcionária.
Inteligente, competente, geniosa e contestadora, mas leal e obediente quando ciente da necessidade de quaisquer medidas. Não media esforços para que as determinações fossem cumpridas e os serviços fossem realizados de forma impecável. Era extremamente exigente. Que o digam os que trabalharam sob suas ordens. Como exerci inúmeras funções na área acadêmica nesses últimos trinta anos, sempre a tive por perto e na maioria das vezes trabalhando diretamente comigo. Por isso não fui só seu chefe mas, advogado, consultor e acima de tudo amigo.
     Já no final da década de setenta, Trabalhando em escritório de Advocacia estava constantemente na Instituição resolvendo problemas, inclusive na secretaria onde a Sandra sempre trabalhou.
     Costumava brincar que ela era patrimônio da Instituição porque trabalhou diretamente com o fundador da Famenquil e posteriormente Faenquil. Ela narrava sempre as dificuldades que passou nas montagens dos projetos, a maioria de última hora, bolados pelo Teixeira Leite para serem enviados a Brasília, sempre a toque de caixa, para levantar recursos.
     Contava que não raras vezes passava, juntamente com outras colegas, noites a fio na residência do Diretor datilografando aqueles infindáveis projetos e propostas. Daí é que resultou uma grande amizade com a dona da casa, dona Eponina, se não me engano, que sensibilizada pelo sacrifício das funcionárias as amparava com lanches e guloseimas.
     Ela foi admitida em 1976 e eu em 1981 e foram inúmeras as oportunidades que tive de trabalhar diretamente com ela: quando fui Diretor de Ensino em 1984, quando coordenei cursos de extensão e vestibulares e quando assessor jurídico da área de ensino na década de 90. Ao final, esteve comigo nos últimos oito anos em que venho dirigindo a Divisão Técnica Acadêmica.
     Foi quando prestava assessoria jurídica à DTA que passamos os piores momentos de nossas vidas. Ao anoitecer do dia 1° de abril de 1996, quando após tirar uma dúvida jurídica do Diretor da DTA na época, o saudoso Professor Miguel Renato, tivemos a sala invadida por um aluno armado com um revólver calibre 38 e que, por razões até hoje desconhecidas, disparou por três vezes contra o Prof. Miguel, matando-o na nossa frente e voltando-se em seguida contra nós e os outros que estavam na sala. Para a nossa sorte e dos demais o assassino não tinha mais balas na arma empreendeu fuga.
     Assim em seus 34 anos de dedicação à escola a Sandra viveu todas as alegrias, todos os dissabores e todas as emoções possíveis e nós continuamos a senti-las, mas eu, sem minha cliente de advocacia, sem minha funcionária dedicada e acima de tudo sem a minha amiga.

Texto:
Sandra Lia - pelas amigas